Devoção a Nossa Senhora
Você já deve ter se irritado com
algumas pessoas sobre a devoção mariana, não é mesmo? Quando se fala do método de
consagração com o uso de cadeinhas, então,
o negócio fica bravo. Daí é um tal de falar que é devoto, que aquele não é
devoto, que aquele vai pro inferno, que este já está no céu.
Ser ou não ser devoto de Maria?
A Igreja entende que a devoção
mariana está acima das demais. Exceção feita às práticas de devoção ao próprio
Deus, que sempre ocupa e sempre ocupará o primeiro lugar. Vamos entender juntos,
de modo bem simples, a devoção mariana. Você deve ter aí várias práticas
devocionais. Vamos fazer juntos duas listinhas. Coloque aí numa primeira lista a devoção
de todos os anjos e santos que você tem. Agora, vamos fazer a segunda lista. Esta nova lista terá todas as devoções relacionadas a Deus (adoração ao Santíssimo, Sagrado Coração,
ao Espírito Santo, ao Divino Pai Eterno, etc.).
As devoções a Deus são, de um
modo geral, chamadas de adoração. O ato de adoração a Deus sempre será o
primeiro e exclusivo. Só a Deus devemos adorar. Por isso eu coloquei numa
listinha separada. Se você fez essa listinha de modo certo, você vai entender
que tudo o que estiver na outra lista não é adoração.
A lista de devoções aos anjos e
aos santos são atos que a Igreja chama de dulia.
Dulia é o ato de reconhecer as boas
obras destas pessoas. Além de terem feito boas obras, tiveram uma vida de santidade
e hoje estão no céu e podem orar por nós. Também, por serem santos, são pessoas
que servem para nós de exemplo cristão a ser seguido.
Contudo, tem uma pessoa que está
acima de todas as outras devoções e abaixo da adoração devida a Deus: Maria, a
mãe de Jesus. Ela foi agraciada e seu sim foi muito importante para a história
da salvação. Por isso, a devoção que se deve prestar com Maria é chamada de hiperdulia, isto é, uma forma de devoção
que está acima das demais devoções.
Em que consiste ser devoto de Maria?
Devemos entender que ser devoto
de Maria se manifesta de dois modos. Uma devoção interior e a devoção exterior.
A devoção interior consiste em
ter em si as mesmas intenções que Maria teve. E quais foram estas intenções? A
de fazer a vontade de Deus em sua vida. Por isso, a devoção mariana é sempre
cristocêntrica, tem a Deus como o principal objetivo.
Pode ocorrer que, em alguns
casos, algumas pessoas pratiquem uma devoção mariana que se feche nela mesma.
Alguns chegam, até sem saber, a cometer uma mariolatria.
Como saber se a devoção à Maria é verdadeira ou falsa?

A prática interior será
determinante no caráter de cada pessoa. Neste sentido, ser devoto de Maria
consistirá num projeto de conversão. A prática interior será o querer ser mais próximo de Deus e de
querer ser uma pessoa melhor. Confiando que, se o próprio Jesus foi formado no
ventre de Maria, nós também poderemos ser formados dentro do ventre dela. Ela nutrirá nossa rotina com os carinhos maternais e com a espiritualidade que a tornou
escolhida por Deus.
Contudo, a interioridade se
refletirá na exterioridade. Imaginemos um casalzinho de namorados. Logo que
despertam a paixão um pelo outro, será normal que digam “eu te amo” várias vezes
ao dia. Também será normal postar fotos nas redes sociais. Andarão de mãos
dadas nas ruas e todas estas coisas que você já sabe como funciona. É como que se o amor que sentem um pelo outro não coubesse
dentro de si mesmos. Este amor extrapola a interioridade.
E as práticas exteriores?
As práticas externas da devoção mariana são este “transbordar” de amor pela Mãe de Deus. A recitação do Rosário, as ave-marias, as consagrações e até mesmo o uso de cadeinhas são modos de fazer transparecer o amor que se tem por ela. Contudo, lembre-se que há uma relação causal: é do interior para o exterior. Dizer “eu te amo” para alguém é algo muito forte. Só pode dizer se você ama mesmo. Colocar para fora estes atos de devoção para com Nossa Senhora deve ser algo espontâneo de uma prática já consolidada no seu interior.
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