Páginas

11 de julho de 2016

Devoção a Nossa Senhora

Devoção a Nossa Senhora

Você já deve ter se irritado com algumas pessoas sobre a devoção mariana, não é mesmo? Quando se fala do método de consagração com o uso de cadeinhas, então, o negócio fica bravo. Daí é um tal de falar que é devoto, que aquele não é devoto, que aquele vai pro inferno, que este já está no céu.

Ser ou não ser devoto de Maria?


A Igreja entende que a devoção mariana está acima das demais. Exceção feita às práticas de devoção ao próprio Deus, que sempre ocupa e sempre ocupará o primeiro lugar. Vamos entender juntos, de modo bem simples, a devoção mariana. Você deve ter aí várias práticas devocionais. Vamos fazer juntos duas listinhas. Coloque aí numa primeira lista a devoção de todos os anjos e santos que você tem. Agora, vamos fazer a segunda lista. Esta nova lista terá todas as devoções relacionadas a Deus (adoração ao Santíssimo, Sagrado Coração, ao Espírito Santo, ao Divino Pai Eterno, etc.).

As devoções a Deus são, de um modo geral, chamadas de adoração. O ato de adoração a Deus sempre será o primeiro e exclusivo. Só a Deus devemos adorar. Por isso eu coloquei numa listinha separada. Se você fez essa listinha de modo certo, você vai entender que tudo o que estiver na outra lista não é adoração.

A lista de devoções aos anjos e aos santos são atos que a Igreja chama de dulia. Dulia é o ato de reconhecer as boas obras destas pessoas. Além de terem feito boas obras, tiveram uma vida de santidade e hoje estão no céu e podem orar por nós. Também, por serem santos, são pessoas que servem para nós de exemplo cristão a ser seguido.

Contudo, tem uma pessoa que está acima de todas as outras devoções e abaixo da adoração devida a Deus: Maria, a mãe de Jesus. Ela foi agraciada e seu sim foi muito importante para a história da salvação. Por isso, a devoção que se deve prestar com Maria é chamada de hiperdulia, isto é, uma forma de devoção que está acima das demais devoções.

Em que consiste ser devoto de Maria?


Devemos entender que ser devoto de Maria se manifesta de dois modos. Uma devoção interior e a devoção exterior.

A devoção interior consiste em ter em si as mesmas intenções que Maria teve. E quais foram estas intenções? A de fazer a vontade de Deus em sua vida. Por isso, a devoção mariana é sempre cristocêntrica, tem a Deus como o principal objetivo.

Pode ocorrer que, em alguns casos, algumas pessoas pratiquem uma devoção mariana que se feche nela mesma. Alguns chegam, até sem saber, a cometer uma mariolatria.


Como saber se a devoção à Maria é verdadeira ou falsa? 


Se a pessoa acolher os mandamentos de Deus, se ela desejar se entregar mais a Deus e entender Maria como participante deste plano de Salvação, esta pessoa tem em si a verdadeira devoção. O contrário, você já sabe, é uma falsa devoção por não se abrir a Cristo.

A prática interior será determinante no caráter de cada pessoa. Neste sentido, ser devoto de Maria consistirá num projeto de conversão. A prática interior será o querer ser mais próximo de Deus e de querer ser uma pessoa melhor. Confiando que, se o próprio Jesus foi formado no ventre de Maria, nós também poderemos ser formados dentro do ventre dela. Ela nutrirá nossa rotina com os carinhos maternais e com a espiritualidade que a tornou escolhida por Deus.

Contudo, a interioridade se refletirá na exterioridade. Imaginemos um casalzinho de namorados. Logo que despertam a paixão um pelo outro, será normal que digam “eu te amo” várias vezes ao dia. Também será normal postar fotos nas redes sociais. Andarão de mãos dadas nas ruas e todas estas coisas que você já sabe como funciona. É como que se o amor que sentem um pelo outro não coubesse dentro de si mesmos. Este amor extrapola a interioridade.


E as práticas exteriores?


As práticas externas da devoção mariana são este “transbordar” de amor pela Mãe de Deus. A recitação do Rosário, as ave-marias, as consagrações e até mesmo o uso de cadeinhas são modos de fazer transparecer o amor que se tem por ela. Contudo, lembre-se que há uma relação causal: é do interior para o exterior. Dizer “eu te amo” para alguém é algo muito forte. Só pode dizer se você ama mesmo. Colocar para fora estes atos de devoção para com Nossa Senhora deve ser algo espontâneo de uma prática já consolidada no seu interior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário