3. Cuidado com o conteúdo a ser compartilhado nos grupos de WhatsApp.
Algumas pessoas parecem ser
desesperadas para compartilharem tudo o que recebem. Parece que vão parar de
respirar se não compartilharem imagens fofinhas, vídeos bonitinhos, liturgia do
dia, mensagens do Pe. Fábio de Melo, entre outras. Algumas dessas mensagens são
bem edificantes, outras são humoradas e realmente bacanas de serem
compartilhadas.
Mas, essas pessoas insistem tanto em compartilhá-las que o
fazem sem critério algum. Acaba ocorrendo um fenômeno de mensagem eletrônica
chamado de SPAM. Um spam é uma mensagem que se recebe sem desejar ter recebido:
ou porque não há interesse em seu conteúdo, ou porque não se relaciona com as
crenças das pessoas ou ainda por ser encaminhada num momento inconveniente.
Antes de sair compartilhando
mensagens nos grupos, pergunte-se se é correspondente aos seus objetivos específicos.
Eu participo de um grupo em que, pelo menos, quatro pessoas encaminham a
liturgia do dia. Elas sequer reparam que aquele grupo já recebeu o conteúdo que
elas compartilham. O resultado é: poluem o grupo e, os assuntos que de fato são
importantes, ficam de lado. Destaco que não há problema em compartilhar a
Liturgia Diária ou demais mensagens. O problema é o compartilhar estas
mensagens de modo inconveniente. Muitas dessas mensagens poderiam ser
compartilhadas individualmente, no privado.
Também é sempre bom checar as
informações. Circula nos grupos de WhatsApp várias mensagens que não estão em
sintonia com a verdade. A última dessas mensagens era uma imagem do Papa
Francisco tomando café num fundo de garrafa pet. Claro que houve boa intenção
em quem compartilhou, mas foram ingênuas por não checarem para saber se a
mensagem era verdadeira ou não.
Há muita gente má intencionada
que quer zombar da boa vontade dos cristãos. Algumas mensagens apelam para o
pedido de oração “por um ataque terrorista aos cristãos na cidade de
Abracadabra”. E lá estão milhares de pessoas compartilhando este conteúdo sem
se questionarem se existe uma cidade chamada Abracadabra e, caso exista, se
houve mesmo o tal ataque terrorista. O pior é que estas pessoas, quando
corrigidas, usam o argumento “orar nunca é demais”. E orar não é demais, mesmo.
Não é melhor orar por situações verdadeiras?
4. Lista de Transmissão ou Grupo no WhatsApp?
Às vezes, se um grupo é apenas
para que o coordenador – ou outra pessoa - transmita recados, o melhor a se
fazer é criar uma Lista de Transmissão. A Lista de Transmissão é um mecanismo
onde você pode, com um clique só, encaminhar a mesma mensagem para várias
pessoas, sem necessitar criar outro grupo para isso. O Pe. Joãozinho,SCJ desenvolve
um trabalho pioneiro neste sentido. Com o #minisermão diário, ele encaminha
pequenas reflexões sobre a liturgia do dia para milhares de pessoas. E tudo isso
o faz via lista de transmissão. Caso a pessoa não queira mais receber essas
mensagens, ela pode se dirigir ao seu autor e pedir que não encaminhe mais e
fica tudo tranquilo.
Muitos grupos no WhatsApp de
pastorais e de movimentos poderiam muito bem ser substituídos pela lista de
transmissão. O único cuidado que o remetente deve ter é de garantir que o seu
destinatário tenha o seu contato salvo na agenda, pois, caso não o tenha, a mensagem
não chegará a quem se espera. Em outras palavras, para que o Robertinho possa
encaminhar uma mensagem via lista de transmissão para Mariazinha, é necessário
que Mariazinha tenha o contato de Robertinho salvo no seu celular. Se
Mariazinha não tiver o contato de Robertinho salvo em seu celular, e mesmo
assim o Robertinho encaminhar alguma mensagem para ela via lista de
transmissão, essa mensagem nunca chegará à Mariazinha.
5. Horário de se encaminhar mensagens
Também outra obviedade que é bom
tratar aqui. Quer seja via lista de transmissão, quer seja via grupo nos
WhatsApp, é de se pensar a respeito do horário para se encaminhar mensagens.
Uma mensagem que faz o celular de outra pessoa tocar no meio da madrugada pode
não ser muito bem acolhida e gerar irritação.
Contudo, fica também outra dica.
Há a possibilidade de silenciar os grupos sem sair deles – além da opção de “modo
silencioso” que cada aparelho possui no celular. Esta será a sua garantia de
não ser incomodado com mensagens no meio da madrugada.
Concluo recordando que tudo deve
ser avaliado e devemos reter o que for útil (cf. I Tes 5, 21). Não se precipite
e condene um meio de comunicação só porque ele foi mal usado. Corrija os erros
e os errantes. Com paciência, na caridade. Façamos uso deste hábil instrumento
de evangelização de modo coerente e sensato, para que ele possa unir as pessoas
e não enraivece-las ou distanciá-las de nossa prática pastoral.
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