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18 de setembro de 2015

O uso do WhatsApp nas ações da Igreja - Parte 2

O uso do WhatsApp nas ações da Igreja - Parte 2





3.       Cuidado com o conteúdo a ser compartilhado nos grupos de WhatsApp.


Algumas pessoas parecem ser desesperadas para compartilharem tudo o que recebem. Parece que vão parar de respirar se não compartilharem imagens fofinhas, vídeos bonitinhos, liturgia do dia, mensagens do Pe. Fábio de Melo, entre outras. Algumas dessas mensagens são bem edificantes, outras são humoradas e realmente bacanas de serem compartilhadas.

Mas, essas pessoas insistem tanto em compartilhá-las que o fazem sem critério algum. Acaba ocorrendo um fenômeno de mensagem eletrônica chamado de SPAM. Um spam é uma mensagem que se recebe sem desejar ter recebido: ou porque não há interesse em seu conteúdo, ou porque não se relaciona com as crenças das pessoas ou ainda por ser encaminhada num momento inconveniente.

Antes de sair compartilhando mensagens nos grupos, pergunte-se se é correspondente aos seus objetivos específicos. Eu participo de um grupo em que, pelo menos, quatro pessoas encaminham a liturgia do dia. Elas sequer reparam que aquele grupo já recebeu o conteúdo que elas compartilham. O resultado é: poluem o grupo e, os assuntos que de fato são importantes, ficam de lado. Destaco que não há problema em compartilhar a Liturgia Diária ou demais mensagens. O problema é o compartilhar estas mensagens de modo inconveniente. Muitas dessas mensagens poderiam ser compartilhadas individualmente, no privado.

Também é sempre bom checar as informações. Circula nos grupos de WhatsApp várias mensagens que não estão em sintonia com a verdade. A última dessas mensagens era uma imagem do Papa Francisco tomando café num fundo de garrafa pet. Claro que houve boa intenção em quem compartilhou, mas foram ingênuas por não checarem para saber se a mensagem era verdadeira ou não.


Há muita gente má intencionada que quer zombar da boa vontade dos cristãos. Algumas mensagens apelam para o pedido de oração “por um ataque terrorista aos cristãos na cidade de Abracadabra”. E lá estão milhares de pessoas compartilhando este conteúdo sem se questionarem se existe uma cidade chamada Abracadabra e, caso exista, se houve mesmo o tal ataque terrorista. O pior é que estas pessoas, quando corrigidas, usam o argumento “orar nunca é demais”. E orar não é demais, mesmo. Não é melhor orar por situações verdadeiras?


4.       Lista de Transmissão ou Grupo no WhatsApp?


Às vezes, se um grupo é apenas para que o coordenador – ou outra pessoa - transmita recados, o melhor a se fazer é criar uma Lista de Transmissão. A Lista de Transmissão é um mecanismo onde você pode, com um clique só, encaminhar a mesma mensagem para várias pessoas, sem necessitar criar outro grupo para isso. O Pe. Joãozinho,SCJ desenvolve um trabalho pioneiro neste sentido. Com o #minisermão diário, ele encaminha pequenas reflexões sobre a liturgia do dia para milhares de pessoas. E tudo isso o faz via lista de transmissão. Caso a pessoa não queira mais receber essas mensagens, ela pode se dirigir ao seu autor e pedir que não encaminhe mais e fica tudo tranquilo.

Muitos grupos no WhatsApp de pastorais e de movimentos poderiam muito bem ser substituídos pela lista de transmissão. O único cuidado que o remetente deve ter é de garantir que o seu destinatário tenha o seu contato salvo na agenda, pois, caso não o tenha, a mensagem não chegará a quem se espera. Em outras palavras, para que o Robertinho possa encaminhar uma mensagem via lista de transmissão para Mariazinha, é necessário que Mariazinha tenha o contato de Robertinho salvo no seu celular. Se Mariazinha não tiver o contato de Robertinho salvo em seu celular, e mesmo assim o Robertinho encaminhar alguma mensagem para ela via lista de transmissão, essa mensagem nunca chegará à Mariazinha.

5.       Horário de se encaminhar mensagens


Também outra obviedade que é bom tratar aqui. Quer seja via lista de transmissão, quer seja via grupo nos WhatsApp, é de se pensar a respeito do horário para se encaminhar mensagens. Uma mensagem que faz o celular de outra pessoa tocar no meio da madrugada pode não ser muito bem acolhida e gerar irritação.

Contudo, fica também outra dica. Há a possibilidade de silenciar os grupos sem sair deles – além da opção de “modo silencioso” que cada aparelho possui no celular. Esta será a sua garantia de não ser incomodado com mensagens no meio da madrugada.


Concluo recordando que tudo deve ser avaliado e devemos reter o que for útil (cf. I Tes 5, 21). Não se precipite e condene um meio de comunicação só porque ele foi mal usado. Corrija os erros e os errantes. Com paciência, na caridade. Façamos uso deste hábil instrumento de evangelização de modo coerente e sensato, para que ele possa unir as pessoas e não enraivece-las ou distanciá-las de nossa prática pastoral.

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